Alta nos juros: Lula diz confiar “100% na idoneidade” de Galípolo
De acordo com Lula, a alta na taxa de juros já era conhecida pelo governo. Presidente diz que Galípolo fará aquilo que for necessário
atualizado
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Durante uma coletiva de imprensa convocada pelo Palácio do Planalto, nesta terça-feira (3/6), Lula foi questionado sobre a alta na taxa de juros. O presidente respondeu que tem “100% de confiança na idoneidade” do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.
“Eu tenho 100% de confiança na idoneidade do companheiro Galípolo. Ele é uma figura muito especial e eu acho que ele vai dar conta do recado, fazendo aquilo que é necessário fazer”, disse o presidente.
De acordo com ele, a alta na taxa de juros já era conhecida pelo governo. “O que está acontecendo já estava precificado, a gente já sabia que isso ia acontecer. Então, o que nós estamos conscientes é de que a inflação está controlada, o preço dos alimentos começou a cair e eu acho que logo, logo, o Banco Central vai tomar a atitude correta de abaixar o juros.”
Lula comentou que, mesmo com os juros estando “muito altos”, a economia continua a crescer.
“Às vezes, eu fico chateado quando eu vejo alguém dizer ‘a economia está crescendo, vai causar inflação’. Se, para controlar a inflação, for preciso ter fome, não é possível a gente aceitar. Precisamos encontrar outro jeito para controlar a inflação.”
Juros em “patamar restritivo”
No mês ado, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reiterou o compromisso da autoridade monetária em usar todos os instrumentos para tentar levar a inflação para a meta, sem “contemporização”, apesar de eventuais críticas à elevada taxa básica de juros da economia brasileira.
A fala ocorreu depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 14,25% para 14,75% ao ano. É o maior nível dos juros no Brasil em quase 20 anos, desde 2006, e a sexta alta consecutiva.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.
Ao reduzir a Selic, por outro lado, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, diminuindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.