Caged: Brasil cria 257 mil empregos com carteira assinada em abril

O Brasil criou 257.528 vagas de emprego formal (ou seja, com carteira assinada) em abril, segundo dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira (28/5) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Este é o maior número para o mês desde 2020, início da série histórica do Novo Caged. O recorde anterior foi registrado no ano ado, com a abertura de 239,9 mil postos de trabalho formal.

O saldo de abril é decorrente de 2.282.187 de issões e 2.024.659 de desligamentos. Na comparação ao mesmo período de 2024 (239.886), o resultado do mês representa um aumento de 7,35%.

No acumulado do ano (de janeiro a abril), foram abertas 922.362 vagas de emprego formal. No ano ado, o país acumulava 965,8 mil vagas de emprego com carteira assinada — o equivalente a uma queda de 4,50% em 2025.

Marinho pede que bússola do BC seja melhor calibrada

Um dos auxiliares de Lula (PT) mais vocais contra a condução da política monetária do Banco Central (BC), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o BC precisa calibrar melhor a bússola dos juros.

“Quem está monitorando a bússola dos juros, talvez tenha que escutar o que está acontecendo. O que está acontecendo é uma projeção de um crescimento um pouco menor do que foi no ano ado”, alertou ele.

Segundo o ministro, a expectativa é de que a criação de empregos formais no acumulado do ano seja “um pouquinho menor” do que a observada em 2024. “Quem sabe que o Banco Central escute isso para registrar que pode parar de aumentar juros”, disse.

Marinho prosseguiu: “De novo, um problema sério. Estamos fazendo quase que um milagre para segurar a economia funcionando, criando e gerando novos empregos. Porque de fato os juros estão excessivamente elevados”.

Ele ainda ressaltou que, em algum momento, o MTE pode “perder a nossa capacidade de segurar o funcionamento da economia, como estamos segurando”.

Sobre a regulamentação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o ministro deu uma nova previsão para que as mudanças no vale-alimentação (VA) e no vale-refeição (VR) sejam anunciadas: até o fim de junho.

De acordo com ele, o acúmulo de agendas de membros do governo envolvidos no processo atrasou o anúncio em maio.

“Seguramente, como já estamos nos últimos dias, confesso que não vamos ter condições de fechar dentro do mês de maio. Na minha opinião não pode ar de junho”, informou Marinho.

Caged em abril: setores e estados

Todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo no mês ado. Os destaques vieram dos setores de serviços e comércio.

Confira a variação de cada atividade econômica:

• Serviços, com criação de mais 136.109 postos;
• Comércio, com criação de 48.040 postos;
• Indústria, com criação de mais 35.068 postos;
• Construção, com criação de mais 34.295 postos; e
• Agropecuária, com saldo negativo de 4.025 postos.

Em abril, houve crescimento nas 27 unidades da federação (UF), com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

As UFs com maiores saldos são:

• São Paulo, com mais 72.283 postos. O destaque veio de serviços (+40.166) e comércio (+12.959);
• Minas Gerais, com mais 29.083. Os maiores ganhos foram de serviços (+14.744)); e
• Rio de Janeiro, com mais 20.031 postos. Com aumento de vagas em serviços (+10.612).

Já as com menores saldos são:

• Acre, com 760 postos. Resultado puxado pelo setor de serviços (+565);
• Roraima, com 669 postos;
• Alagoas, com 414 postos. O maior crescimento foi em serviços (+1.228).

Salário médio

O salário médio real em abril foi de R$ 2.251,81, com aumento de R$ 15,96 (+0,71%) em relação ao valor de março de 2025, de R$ 2.235,85. Enquanto na comparação com abril do ano ado, o ganho real foi de R$ 6,62 (ou +0,28%).

Para os trabalhadores considerados típicos, o salário foi de R$ 2.286,82 (1,6% maior que o valor médio), enquanto aqueles considerados não típicos tinham salário médio de R$ 1.979,78 (12,1% menor que o valor médio).