Fiocruz: casos de SRAG têm aumento de 309% em crianças de 5 a 11 anos
Boletim InfoGripe mostra o aumento da doença nas crianças coincidiu com a volta às aulas. Já os casos de Covid-19 na faixa etária diminuíram
atualizado
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Rio de Janeiro – Apesar de queda na população adulta, a média móvel de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 5 a 11 anos teve um aumento de 309%. É o que informou o boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (31/3).
De acordo com o documento, a faixa etária apresentou queda na positividade para a Covid-19 em fevereiro, mas teve um aumento na detecção de outros vírus respiratórios em março. A análise foi feita entre a primeira semana de fevereiro e o dia 28 de março.
A Fiocruz aponta ainda que o grupo de 0 a 4 anos também apresentou um aumento, de cerca de 110% de casos de SRAG, entre 20 e 26 de março.
Segundo o boletim, dados preliminares sugerem que esse aumento esteja relacionado ao aumento de casos associados ao vírus sincicial respiratório, que pertence ao gênero dos pneumovírus.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, explica que o crescimento coincide com o início do ano letivo das crianças: “Nessas duas faixas etárias, o início do crescimento, que se mantém até o presente Boletim, coincide com o início do ano letivo”.
Entre a população adulta, no entanto, há uma desaceleração gradual, que indica uma estabilidade, com exceção apenas para a população acima de 70 anos, que apresenta queda expressiva, por terem sofrido maior impacto durante o pico de casos no início de 2022.
Brasil sai da zona de alerta
Na última semana, o Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz mostrou, pela primeira vez desde julho de 2020, que todos os estados brasileiros estão fora da zona de alerta.
De acordo com a instituição, o mapa do Brasil aparece totalmente em “verde”, cor que sinaliza um cenário de otimismo, com todas as taxas de internações inferiores a 60%. A análise abrange o período entre 6 e 19 de março.
O boletim apontou que o cenário atual é reflexo da tendência de queda nos indicadores de Síndrome Aguda Grave (SRAG) e do número de casos diários de Covid-19. Especialistas, no entanto, alertam para a necessidade de busca ativa de pessoas que ainda não tomaram a terceira dose, assim como da população elegível para receber a quarta dose do imunizante. A instituição também ressalta a importância da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos.
“Apesar do patamar atual dos casos de SRAG no país ser o menor desde o início da epidemia de Covid-19, ainda está acima de dois casos por 100 mil habitantes”, destaca Gomes.