MPRJ contesta soltura de influencer que matou recém-casado e fugiu
O MPRJ entrou com um recurso contra a decisão que revogou a prisão preventiva do influencer Vitor Vieira Belarmino
atualizado
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recorreu contra a decisão que revogou a prisão preventiva do influencer Vitor Vieira Belarmino. Ele é acusado de ter atropelado e matado o fisioterapeuta recém-casado Fábio Toshiro Kikuta, em 13 de julho de 2024, na Avenida Lúcio Costa, na zona oeste do Rio.
A 1ª Vara Criminal da Capital revogou, no dia 29 de maio, a prisão preventiva do influenciador Vitor Vieira Belarmino e a substituiu por medidas cautelares. Na decisão, foi destacado que o acusado é primário e portador de bons antecedentes criminais, de modo que a ordem pública não se mostra de fato ameaçada, especialmente, no que diz respeito à ausência de expressivo histórico criminal.
A decisão que teria decretado a prisão preventiva do acusado utilizou como um dos fundamentos a quantidade de anotações na CNH do réu. Já na revogação da prisão preventiva, o argumento usado é o seguinte: apesar de mencionadas 97 multas na CNH do acusado, apenas em 11 o condutor foi efetivamente reconhecido como sendo o acusado Vitor Belarmino, sendo que nenhuma das referidas anotações refere-se à condução do veículo automotor em alta velocidade.
Os promotores de Justiça, porém, mantêm o entendimento de que a conduta do influencer indica grave risco à ordem pública, ressaltando que o acusado retirou o corpo da vítima do veículo, o largou em via pública e escapou sem prestar socorro. “Uma demonstração de total menosprezo pela vida humana”, diz MPRJ em nota.
O recurso do MPRJ menciona haver mais de 20 multas por excesso de velocidade em nome de Belarmino, e destaca que a medida de suspensão da habilitação é ineficaz neste caso, considerando o histórico do réu de dirigir mesmo sem a devida permissão legal.
“Portanto, em razão da gravidade concreta do caso, que colocou em risco concreto a vida de diversas pessoas, e culminou na violenta e prematura morte dolosa (eventual) de jovem que havia literalmente acabado de se casar, além do histórico reiterado e recente de infrações de trânsito pelo recorrido, cabível a imediata restauração de sua prisão preventiva, para assegurar a ordem pública”, descreve trecho do recurso.
Nas redes sociais, Vitor se apresentava como Vitor Freestyle e reunia cerca de 280 mil seguidores. Seu conteúdo era voltado principalmente para o futebol freestyle — modalidade em que o jogador realiza manobras e acrobacias com a bola.
Ele também publicava imagens de viagens e eventos, e utilizava a frase “abençoado por Deus” em sua bio. Após a repercussão do caso, o perfil foi retirado do ar.