Vídeo: Márcia Lopes reunirá ministras para debater caso de misoginia
Márcia Lopes tomou posse como nova ministra das Mulheres e relembrou episódio contra Marina Silva no Senado Federal
atualizado
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A nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes, irá se reunir com as suas colegas do primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir medidas para que novos episódios de misoginia não se repitam. O encontro foi anunciado depois que a chefe da pasta do Meio Ambiente, Marina Silva, foi desrespeitada durante audiência no Senado Federal.
Veja vídeo:
“Falei com a ministra Gleisi [Hoffmann, das Relações Institucionais] para que ela chame uma reunião nossa, das ministras, sugeri isso, para que a gente se posicione. Claro que não serão só as mulheres. Tenho certeza que todos os integrantes da equipe do presidente Lula fará isso”, disse a ministra das Mulheres.
Entenda o que aconteceu
- Marina Silva participou de uma audiência na Comissão de Infraestrutura no Senado Federal para debater a criação de unidades de conservação na região Norte. Durante a sessão, a ministra teve episódios seguidos de desentendimentos com senadores.
- Omar Aziz questionou o trabalho realizado por Marina em relação a obra de pavimentação da BR-319, acusou a ministra de “atrapalhar” o desenvolvimento do país e questionou os dados ambientais apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente.
- Já Marcos Rogério (PL-RO), presidente do colegiado, cortou o microfone da ministra em diversos momentos. Ao ser confrontado por Marina, o senador disse: “Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar”.
- Senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Marina então exigiu um pedido de desculpas, que não foi atendido, e a ministra decidiu por se retirar do local.
Márcia Lopes tomou posse nesta quarta-feira (28/5). No evento, o episódio contra Marina Silva foi amplamente discutido. Durante a ocasião, ela pontuou que novos casos como o de terça-feira (27/5) não devem ocorrer novamente.
“A divergência de ideias, a disputa pelas ideias, faz parte da democracia. Ninguém quer impor nenhuma posição. Agora, o desrespeito da forma como as pessoas são tratadas, e especialmente como a ministra Mariana foi tratada, merece todo o nosso repúdio”, completou.
Depois da situação no Senado Federal, o presidente Lula ligou para a ministra do Meio Ambiente e prestou solidariedade. Outros membros também se manifestaram a respeito do caso e destacaram o papel de Marina Silva à frente da pauta ambiental.
“O que vimos no Senado Federal foi mais do que uma divergência política — foi misoginia, machismo. É a repetição de uma lógica que tenta diminuir, humilhar e constranger mulheres que ocupam espaços de poder e decisão. É preciso retratação!”, disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes.