Senador critica demora do TSE em retirar candidatos inelegíveis da urna

O senador Alessandro Vieira, do PSDB de Sergipe, estuda tomar medidas judiciais e legislativas para evitar que um candidato sabidamente inelegível apareça nas urnas e desequilibre a eleição, como aconteceu em Sergipe. “É um vexame da Justiça Eleitoral”, disse Vieira, que ficou em terceiro na disputa. O bolsonarista Valmir de Francisquinho foi o campeão de votos, que acabaram anulados.

Apoiado por Jair Bolsonaro, Francisquinho estava inelegível desde 2019, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a decisão no último dia 29, apenas quatro dias antes da eleição. Na véspera da votação, no sábado (1º/10), o STF negou um recurso do candidato. As urnas mostraram o nome de Francisquinho normalmente no domingo (2/10).

Francisquinho obteve 458 mil votos, que foram anulados. aram para o segundo turno Rogério Carvalho, do PT, com 339 mil votos, e Fábio, do PSD, com 295 mil. Alessandro Vieira, do PSDB, obteve 82 mil votos.

“Foi uma demora gigantesca da Justiça. Há uma clara manipulação judicial no cenário eleitoral. Um candidato flagrantemente inelegível foi mantido artificialmente no pleito até o último segundo. É um vexame para a própria Justiça Eleitoral. A campanha gastou R$ 3,5 milhões do Fundo Eleitoral e o candidato pediu voto até a véspera”, afirmou Vieira em conversa com a coluna.

Vieira ressaltou que respeita o resultado eleitoral, e estimou que poderia ter chegado ao segundo turno caso Francisquinho não aparecesse nas urnas.

“Os votos de Francisquinho eram de oposição. Somados, esses votos, os meus e de uma candidata do PSol foram maioria ampla. 450 mil votos foram anulados. E os dois candidatos governistas foram para o segundo turno. É lamentável o eleitor não ter a liberdade de escolha por causa da desinformação nesse processo”.