Ala do governo vê “tiro no pé” em ação de líder do PT contra Eduardo
Na visão de uma ala do governo Lula, ação do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, contra Eduardo Bolsonaro será um “tiro no pé”
atualizado
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A iniciativa do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), de denunciar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por atuação nos Estados Unidos contra o STF foi criticada, nos bastidores, por uma ala do governo Lula.
Sob reserva, uma influente liderança governista ouvida pela coluna classificou a ação de Lindbergh como um “tiro no pé”. A avaliação é de que a iniciativa serviu apenas para dar “palanque” ao filho “03” de Jair Bolsonaro.
Na visão dessa ala do governo, a ação contra Eduardo partindo do PT serviria apenas para polarizar ainda mais as decisões do STF, além de ajudar a cacifar o deputado licenciado para a disputa ao Palácio do Planalto em 2026.
Desde que foi aos Estados Unidos e ou a articular as sanções, especialmente contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, Eduardo é apontado como um sucessor de seu pai, caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível.
Pouca diferença
Governistas avaliam ainda que o PT não deveria se meter na briga entre a família Bolsonaro e o STF e, sim, deixar para a Corte tomar as medidas contra Jair Bolsonaro e seus filhos nos inquéritos que correm no tribunal.
Na avaliação dessa ala do governo Lula, a ação de Lindbergh deve influenciar pouco no destino de Eduardo, que poderia ser alvo do STF sem que o líder petista precisasse agir para antagonizar com o deputado licenciado.
Lindbergh responde
Em conversa com a coluna, Lindbergh rebateu as críticas sobre sua ação. O líder do PT na Câmara defendeu sua iniciativa e disse que está pegando a bandeira de “defesa do Brasil” para o partido.
“Quem é esse gênio que está no Palácio que falou isso? Será que não consegue ver um palmo à frente do nariz? O que está acontecendo é muito grave, um ataque ao Brasil, um ataque a uma instituição democrática, o Supremo. Acho, inclusive, que isso vai ter consequências nas nossas relações. Estamos pegando para a gente uma importante bandeira, que é a defesa do Brasil”, afirmou.
Linderbergh ainda defendeu uma ação do próprio Itamaraty contra as articulações de Eduardo Bolsonaro junto ao governo de Donald Trump para que ministros do STF sejam sancionados.
“O que eu peço é um bloqueio de bens de Jair Bolsonaro e que toda movimentação financeira seja identificada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Queriam que a gente ficasse calado? Acho, inclusive, que o Itamaraty tem de se pronunciar e se movimentar, para impedir que essa tragédia anunciada, que vai ter consequências nas nossas relações diplomáticas, aconteça”, disse.