Bonde do Urso: fotos mostram traficante coberto de dinheiro e ouro
Em um dos registros, um dos criminosos aparece coberto por pilhas de dinheiro, exibindo cordões de ouro e joias
atualizado
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Imagens apreendidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) escancaram o padrão de ostentação do Bonde do Urso, grupo criminoso ligado ao traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV).
As fotos foram encontradas durante a operação que prendeu, em flagrante, quatro integrantes da quadrilha especializada em fraudes financeiras, atuante na região de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Em um dos registros, um dos criminosos aparece coberto por pilhas de dinheiro, exibindo cordões de ouro e joias. Outras imagens mostram o grupo em camarotes de bailes funk realizados na Cidade de Deus, bairro da Zona Oeste, incluindo uma foto com o cantor Poze do Rodo.
O artista também virou notícia após se apresentar no baile funk da Cidade de Deus no último sábado (17/5), evento marcado pelas cenas de homens ostentando fuzis em meio à multidão. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram criminosos dançando e apontando armas de uso para o alto.
A Polícia Civil informou que investiga a atuação da facção criminosa no evento. “Agentes analisam todos os elementos para identificar e responsabilizar criminalmente os envolvidos”, informou a instituição, por meio de nota.
Empresa do crime
Durante a operação conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRIM), os policiais localizaram uma residência alugada que servia como base operacional do Bonde do Urso.
No local, foram apreendidos drogas, equipamentos eletrônicos, computadores, máquinas de clonagem de cartões e um laboratório improvisado para falsificação de dados bancários.
As investigações apontam que a quadrilha não apenas utilizava cartões clonados, mas também atuava em fraudes sofisticadas, como golpes em sites de apostas esportivas e plataformas digitais.
A estrutura do grupo foi descrita pelos investigadores como uma “empresa clandestina do crime”, com divisão de funções e forte aparato tecnológico.
Entre os itens apreendidos estavam também camisas personalizadas com o nome “Bonde do Urso” e diversos órios.
Baile funk
O líder da quadrilha foi identificado em registros feitos no camarote do baile na Cidade de Deus, onde, na mesma noite, um agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foi morto em confronto durante uma operação policial.
A vítima foi José Lourenço, que morreu após ser baleado na cabeça enquanto participava de uma ação para fiscalizar uma fábrica de gelo suspeita na região, na véspera da operação que resultou na prisão do Bonde do Urso.
A Polícia Civil investiga a extensão da rede criminosa comandada por Doca, bem como a relação entre a ostentação nos bailes, as fraudes financeiras e o fortalecimento econômico da facção.
A investigação segue em andamento para identificar outros integrantes e conexões do grupo com o crime organizado do Rio de Janeiro.