Saiba quem é o almirante Garnier, apoiador do golpe de Bolsonaro
Almirante Garnier condicionou intervenção militar à adesão do Exército. Exército e Aeronáutica foram contra e frustraram o golpe.
atualizado
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O almirante de esquadra Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, de 64 anos, conhecido pela proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi um dos militares de alta patente favorável a uma intervenção militar no Brasil.
Segundo a delação de Mauro Cid à Polícia Federal, Garnier manifestou apoio ao golpe de Estado, afirmando que a Marinha estava pronta para agir e aguardava apenas a ordem do então presidente.
No entanto, os relatos de Cid afirmam que ele condicionou qualquer ação ao apoio do Exército, reconhecendo que a Marinha sozinha não teria capacidade para conduzir uma intervenção militar. Exército e Aeronáutica foram contra e frustraram o golpe.
Apesar da Marinha ter declarado em 2024 que em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados voltados para ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito, as declarações de Cid em face de Garnier vão na contramão.
Entenda o papel de Garnier na tentativa de golpe:
- Após ter feito alterações no documento que sugeria a prisão de ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, e a realização de novas eleições, o ex-presidente Bolsonaro convocou os generais, comandantes das forças, para uma reunião. Garnier foi um deles, juntamente com o general do Exército, Freire Gomes, e o brigadeiro da Aeronáutica, Batista Junior.
- Na reunião, Garnier afirmou ser favorável ao golpe e que aguardava apenas a ordem do ex-presidente para agir.
- Garnier recebeu represálias do general Freire Gomes, que não concordava com o golpe e afirmou: “Você não tem efetivo, quer botar na minha conta”.