Eustáquio cita promessa após Espanha frustrar Moraes sobre extradição
Eustáquio pretende realizar a travessia para agradecer pela decisão favorável da Justiça espanhola e orar pelos “presos políticos”
atualizado
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Após a Justiça espanhola negar um pedido para extraditá-lo, o “patriota” Oswaldo Eustáquio, alvo de decisões do ministro Alexandre de Moraes (STF), afirmou que pretende iniciar, nos próximos 40 dias, a travessia do Caminho de Santiago — uma das rotas de peregrinação mais famosas do mundo.
“O próximo o agora é percorrer o Caminho de Santiago de Compostela e agradecer a Deus por essa vitória e pedir pela anistia dos presos políticos. Devo iniciar a travessia nos próximos 40 dias”, declarou.
O Caminho de Santiago é uma rota de peregrinação milenar que leva à Catedral de Santiago de Compostela, na Galícia, região localizada no noroeste da Espanha, onde se acredita estarem enterrados os restos mortais do apóstolo São Tiago.
Reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco, o trajeto é percorrido por milhares de pessoas todos os anos, seja por motivos religiosos, espirituais ou culturais. Existem diversas rotas, sendo a mais tradicional o Caminho Francês, que começa na cidade sa de Saint-Jean-Pied-de-Port e percorre cerca de 800 km até Santiago de Compostela.
Extradição negada
Por decisão unânime, os três juízes da Audiência Nacional espanhola decidiram que a conduta de Oswaldo Eustáquio não configurou crime. Os magistrados avaliaram, também, que o retorno de Eustáquio a solo brasileiro representaria “risco elevado de que a situação dele no processo penal do Brasil pode ser agravada por causa de suas opiniões políticas”.
Na decisão, os juízes concluíram que “a extradição há de ser declarada improcedente por ser uma conduta [o fato investigado] com evidente conexão e motivação política, uma vez que se realizaram dentro de uma série de ações coletivas de grupos partidários do Sr. Bolsonaro, ex-presidente da República Federativa do Brasil e de oposição ao atual presidente. Sr. Lula da Silva”.
Para Eustáquio, a decisão acarretará em consequências tanto para Moraes quanto para Jair Bolsonaro no cenário internacional. Na visão do militante, a posição do judiciário espanhol, que contrariou o governo Lula e o STF, fará com que os Estados Unidos, sob Donald Trump, aumentem a ofensiva contra o ministro do Supremo.
