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Red Pill, Incel e 80/20: conheça a subcultura da “machosfera”

Movimento que prega superioridade masculina tem falas misóginas disseminadas na internet; entenda melhor

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1 de 1 adolescencia - Foto: Reprodução

Você já ouviu falar no termo “machosfera”? Ele é usado para descrever uma rede voltada ao público masculino, e em que são discutidos temas relacionados à masculinidade. Embora não seja possível generalizar que todos os envolvidos nessa comunidade sejam misóginos, é comum a divulgação de conteúdos machistas e contrários ao movimento feminista.

Esse universo ganhou mais destaque e levantou preocupação após o sucesso da série Adolescência, que levantou debate sobre temas como Red Pill, Incel, 80/20 e o valor de cada pessoa no mercado sexual.

Oposição ao movimento feminista

O psicólogo professor e mestre em psicologia clínica Marcos Torati destaca que esse universo está em oposição ao movimento feminista. “O avanço das conquistas feministas nas últimas décadas confrontou as tradições sitiadas da estrutura patriarcal e heteronormativa da sociedade, despertando nesses grupos uma percepção de ameaça a hegemonia masculina”, explica.

O profissional acrescenta que, nesses grupos, existe a tentativa de restaurar a figura do “macho alfa”. “São manobras psicossociais para tentar reaver o controle sobre a autonomia e a liberdade sexual feminina, visando recolocá-la em uma posição de subalternidade, como expediente para obscurecer as fragilidades e inseguranças que expam a vulnerabilidade masculina”, prossegue.

A psicóloga e pesquisadora em gênero e sexualidade Liliany Souza aponta que o movimento feminista surge, em sentido contrário ao que prega os “Red Pills e afins”, a partir de estudos sociais e psicológicos para mostrar o quão problemáticos eram as relações no ado — e que muitos homens tentam reproduzir no presente.

“O crescimento na aparição desses movimentos, como a supremacia masculinista — os Oncel, os red pills Black Pills —, é uma tentativa de descredibilizar essas conquistas feministas e colocar de novo o homem nesse lugar de centralidade, sendo que o feminismo defende a equidade”, acrescenta a psicóloga.

Entenda alguns conceitos desse universo:

Red Pill

Red Pills são subculturas masculinistas on-line constituídas a partir da sensação de declínio da “masculinidade hegemônica” na sociedade. Portanto, é um contramovimento aos avanços do feminismo, ideologia vista como prejudicial aos homens por quem integra essa comunidade, que reúne homens heterossexuais que se sentem frustrados, marginalizados e ressentidos pelo avanço das pautas progressistas

“Eles advogam pelos papéis de gênero tradicionais, argumentando serem vítimas de discriminação, opressão e injustiça em virtude da ‘feminização’ da sociedade’, salienta Marcos.

Red Pills são subculturas masculinistas on-line constituídas a partir da sensação de declínio da “masculinidade hegemônica”

Princípio 80/20

Para a compreensão dessa questão, é crucial resgatar que o termo Red Pills remete ao filme Matrix (1999), em que o protagonista, Neo, deixa de lado a pílula azul, da alienação, e opta pela vermelha, que lhe permite conhecer a realidade humana distópica, nua e crua, sem artifícios.

A regra dos 80/20 postula que apenas 80% das mulheres são atraídas pelos 20% dos homens “alfa” – a única parcela sexualmente ativa da sociedade, tida como mais viril, atraente, bem-sucedida e dominante. O restante dos homens é classificado como “beta” e, nessa visão, suas perspectivas com a maioria das mulheres seriam limitadas ou inexistentes.

“Isso acaba sendo absorvido e propagado, normalmente por homens ou adolescentes do sexo masculino, inseguros e frágeis, que acreditam não ter atrativos para as mulheres”, explica a psicóloga.

Liliany acrescenta que esses homens se sentem rejeitados e destinados ao fracasso. “Eles se colocam nesse lugar de vítimas e culpam as mulheres pelas frustrações sexuais deles; e podem acabar se tornando raivosos.”

SMV – Valor de Mercado Sexual

SMV é uma abreviação para Sexual Market Value (Valor de Mercado Sexual, em português). Essa métrica adotada pela comunidade Red Pill mensura o “valor” de um indivíduo no mercado de encontros e relacionamentos.

Nessa lógica, para as mulheres, um maior valor SMV estaria primariamente associado a atributos estéticos. Já no caso dos homens, os atributos valorizados nos padrões alfa (maior SMV) são: estatura elevada, estética muscular, tamanho do pênis, vestimentas, status socioeconômico, autoconfiança, dominância da personalidade e habilidade de sedução.

“Os Red Pills alimentam a fantasia de que o empoderamento financeiro e estético, buscando o padrão alfa de beleza, seria a solução para os problemas envolvendo a depressão masculina e a vantagem feminina no mercado das relações”, explica.

Incel

Autointitulados “celibatários involuntários”, culpam as mulheres por não conseguirem ter relações sexuais e endossam violência contra qualquer grupo sexualmente ativo, inclusive contra comunidades LGBTQIA+.

Partem da ideia de que são vítimas de um tipo de discriminação baseada na atratividade física e se veem condenados à solidão, o que alimenta sentimentos de frustração e raiva. É comum a presença de um tom depressivo e pessimista, bem como um ressentimento em relação às mulheres, o que provoca discursos misóginos.

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