DF enfrenta ameaça da gripe aviária com déficit de 84% de servidores
Sem pessoal, equipes de vigilância não conseguem realizar todas as ações de prevenção recomendadas para proteger o DF da doença
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) prorrogou o estado de emergência zoossanitária diante da ameaça da gripe aviária. No entanto, o déficit de servidores coloca em risco as ações de prevenção e controle da doença.
Segundo o Portal da Transparência, a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) tem, atualmente, 1.648 cargos. Deste total, 1.387 estão vagos. O déficit, portanto, é de 84,1%.
Veja:
“O déficit impacta diretamente a segurança sanitária do DF”, alertou o presidente da Associação dos Servidores da Secretaria de Agricultura (Arcef), Marco Antônio de Azevedo Martins.
Segundo o dirigente, as medidas para evitar ou conter o vírus gripe aviária dependem da vigilância ativa. Ou seja, os servidores devem trabalhar em campo.
As equipes de vigilância precisam fazer diligências em granjas e propriedades rurais para inspecionar as aves e coletar amostras para testes de laboratório. Além disso, precisam fazer o controle rigoroso das rodovias.
Assista:
“É preciso ficar alerta para evitar a vinda de aves onde houve registro de caso positivo, como no Rio Grande do Sul”, explicou.
Os servidores também precisam fazer diligências em frigoríficos para evitar a chegada de carne contaminada com o vírus. Por enquanto, não há casos de gripe aviária registrados no DF.
630 dias
O GDF prorrogou por mais 630 dias a situação de emergência zoossanitária. A medida foi decretada em 2023 e vem sendo prorrogada desde então. A situação de emergência busca intensificar as ações de prevenção da ocorrência da influenza aviária de “alta patogenicidade na capital do país”, segundo a Secretaria de Agricultura.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou nesta quarta-feira (21/5) uma nova suspeita de gripe aviária no Brasil. Com o registro, sobe para oito o total de investigações em andamento no país. O novo caso envolve uma galinha doméstica criada em uma propriedade de subsistência no município de Gaurama, no norte do Rio Grande do Sul.
Outras ocorrências em análise incluem:
- Ipumirim (SC): aves de criação comercial;
- Garopaba (SC): ave silvestre;
- Salitre (CE): galinhas domésticas;
- Aguiarnópolis (TO): atividade comercial;
- Eldorado do Carajás (PA): galinhas domésticas;
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Seagri. Segundo a pasta, em 2024, foram nomeados 75 candidatos aprovados no último concurso público. “A Seagri-DF solicitou, em 2025, à Secretaria de Economia do Distrito Federal (SEEC-DF), a nomeação dos 20 cargos, entre: veterinários, técnicos e outras”.
Além disso, segundo a secretaria, o concurso foi prorrogado até maio de 2027, o que amplia as chances de convocação dos candidatos aprovados ao longo desse período.
Avicultura
A avicultura é uma das principais atividades agropecuárias do DF, ao lado da produção de grãos. A capital abriga 184 granjas e cerca de 10 milhões de aves alojadas.
Por dia, são abatidos aproximadamente 260 mil frangos em dois grandes abatedouros, com a maior parte da produção sendo exportada para países como Arábia Saudita, Japão, Rússia e México.
A produção diária de ovos gira em torno de 360 mil unidades. Somente em 2023, o setor de frango de corte foi o destaque da pecuária local, responsável por um faturamento bruto superior a R$ 1 bilhão.
A cadeia produtiva avícola emprega diretamente cerca de 5 mil pessoas e contribui com aproximadamente 200 mil toneladas de carne anualmente, reforçando a importância econômica e social da atividade para a região.