Greve dos professores: 2º dia tem alunos e Olimpíada de Matemática
Algumas escolas aplicaram a prova da 1ª fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep 2025)
atualizado
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O segundo dia de greve dos professores da rede pública do Distrito Federal começou com a presença de alunos em diversas escolas dos ensinos fundamental e médio.
O principal motivo é a aplicação das provas da 1ª fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep 2025), que acontece nesta terça-feira (3/5).
Na C10 de Taguatinga, alunos começaram a chegar ao Centro de Ensino Médio Escola Industrial (Cemeit) por volta das 7h.
“A prova [da Obmep] está mantida. A greve atrapalha bastante. Sabemos que é uma reivindicação necessária, mas prejudica os alunos. Atrasa matéria e temos que repor em sábados, feriados e férias”, comentou o estudante Arthur Rodrigues Ribeiro de Moraes, 17 anos, aluno do 3° ano do ensino médio.
Mãe de uma estudante do 6° ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 14, Maria Inês de Jesus dos Santos, 47, também resolveu levar a filha para fazer a prova.
“A direção da escola está divulgando o calendário e os professores que estão dando aula e, hoje, ela vai ter uma aula depois da prova. Alguns professores não aderiram à greve. Se nos próximos dias ela tiver alguma aula, eu vou trazer”, afirmou a mãe.
Um funcionário do CEF 14 explicou para a reportagem que o movimento paredista teve adesão de mais de 60% dos educadores, mas alguns mantiveram as atividades.
Alguns colégios ainda tinham avisos nos portões de entradas sobre a greve e com detalhes das programação das aulas mantidas.
O Metrópoles também esteve no Centro de Ensino Médio Taguatinga Norte (CEMTN), na manhã desta terça-feira, mas não registrou movimentação de alunos e professores no local.
Ceilândia e Samambaia
No Centro de Ensino Médio (CEM) 2 de Ceilândia, o vice-diretor, Neemias Araújo, disse que 70% dos professores aderiram ao movimento. Dos 54 docentes que atuam nos dois turnos, só 17 mantiveram as atividades. “As reivindicações são legítimas. Temos vivido uma fase de adoecimento da categoria. Os colegas estão esgotados. A questão salarial é um sintoma da necessidade de valorização de nosso trabalho”, comentou o gestor.
“Hoje, estamos com cerca de 240 alunos e 12 professores presentes nas turmas da manhã. Vamos aplicar a prova da Obmep até por orientação da Secretaria de Educação. Mas muito dessa greve vem da dificuldade do diálogo com o Executivo local. Se não houver uma mudança na postura do GDF [Governo do Distrito Federal], o quadro tende a piorar”, completou Neemias.
A reportagem também visitou colégios públicos de Samambaia, mas não registrou movimentação de estudantes. A Escola Classe (EC) da 604 de Samambaia Norte, por exemplo, amanheceu com os portões trancados e sem crianças. No caso dessas unidades de ensino, não haverá aplicação da prova da Olimpíada Brasileira de Matemática.
Adesão
A Secretaria de Educação fez um balanço referente ao primeiro dia de greve dos professores da rede pública de ensino do Distrito Federal, nessa segunda-feira (2/6). De acordo com a pasta, 255 das 713 unidades escolares tiveram 100% das aulas suspensas.
A pasta destacou o fato de 458 escolas manterem as aulas — mesmo que em regime reduzido — e afirmou que, nesta terça-feira (3/6), algumas das 255 unidades que tiveram 100% de paralisação voltarão a ter aulas.
O número de professores que aderiram à greve ainda é apurado pela pasta junto às regionais de Ensino.
Corte de ponto a partir desta terça
Sobre a multa diária de R$ 1 milhão ao Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) e o corte de ponto de frequência dos professores estão aderindo à greve, medidas determinadas pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) na última quinta-feira (29/5), a secretaria confirmou que a pasta cumprirá as medidas.
Os cortes nos pontos de frequência serão aplicados a partir desta terça (3/6), conforme prevê a decisão judicial. Os professores que faltaram às aulas nesta segunda-feira (2/6) terão o dia descontado.
O Sinpro-DF recorreu da medida judicial, mas o TJDFT manteve a decisão no fim da tarde de sábado (31/5).
Nessa segunda, o TJDFT negou novo pedido do Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF) para suspender a multa diária de R$ 1 milhão e corte de ponto de frequência aos professores que aderiram à greve da categoria.