Corpo do “Professor” será enterrado durante megaoperação contra o CV
Fhillip Gregório da Silva, o “Professor”, criou um evento, o “Baile da Escolinha”, para arrecadar de dinheiro para o crime
atualizado
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O enterro do corpo de Fhillip Gregório da Silva, conhecido como “Professor”, acontece nesta terça-feira (3/6), na capela de Inháuma, em meio a uma megaoperação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) contra o Comando Vermelho (CV).
De acordo com as delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), “Professor” foi alvo de investigação por lavar dinheiro da facção. Estima-se que o Comando Vermelho movimentou mais de R$ 250 milhões.
Morto no último domingo (1º/6), o criminoso teria criado um evento, o “Baile da Escolinha”, para arrecadar dinheiro para o crime organizado.
A festa, realizada com frequência em comunidades dominadas pela facção, funcionava como ponto de captação de recursos ilícitos e difusão da chamada narcocultura, uma estratégia de dominação simbólica e cultural que fortalece a presença do tráfico no cotidiano das favelas.
Mais detalhes sobre a atuação de Fhillip:
- De acordo com a Polícia Civil, Fhillip ocultava e reinvestia recursos oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso .
- Além de estruturar negócios de fachada, Fhillip criava vínculos com atividades culturais e legitimar o poder territorial da facção por meio de eventos comunitários.
- Para a PCERJ, o baile movimentava grandes valores com apoio de produtores, músicos, influenciadores e comércios locais ligados direta ou indiretamente à facção.
- Durante a investigação, os agentes identificaram um restaurante ,o “Picanha do Juscelino”, situado estrategicamente em frente ao local onde o baile ocorria.
- A empresa, segundo os relatórios, era utilizada como ponto de lavagem de dinheiro, operando com fluxo financeiro incompatível com sua atividade formal.
- Além do restaurante, outras empresas de fachada e pessoas físicas interpostas “laranjas” foram utilizadas para movimentar o dinheiro do tráfico e reinvesti-lo em atividades aparentemente legais.
- De acordo com a PCERJ, a facção teria usado empresas em nome de Vivi Noronha, esposa de MC Poze do Rodo, para “ar a limpo” R$ 250 milhões, dinheiro sujo acumulado pelo CV.
- Além das buscas na casa do cantor, a Justiça autorizou o bloqueio e a indisponibilidade de bens e valores de mais de 35 contas bancárias.
- O esquema usava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, supostamente investidos em fuzis, cocaína e na consolidação territorial da facção.
- O dinheiro que entrava no caixa das empresas de Vivi Noronha teria sido depositado nas contas por criminosos do CV, que, posteriormente, recebiam os valores “limpos”.
- Nos últimos dias, a esposa de Poze usou as mídias sociais para acusar policiais civis de furto, supostamente ocorrido durante as buscas no âmbito da operação que levou o MC à prisão.
- Para a PCRJ, a “narcocultura” tem fortalecido a influência do tráfico no país e ajudado a inspirar na juventude uma imagem glamourizada da vida criminosa.
- “O que se vende como liberdade de expressão ou arte da ‘periferia’ é, muitas vezes, narcocultura financiada pelo Comando Vermelho, usada para recrutar, dominar e iludir”, divulgou a corporação.
Imagens do “Professor”: