O maior terremoto da história aconteceu há 65 anos. Saiba onde foi
Há 65 anos, o maior terremoto já registrado mudou a história, destruiu cidades e deixou lições que ainda fazem diferença no mundo inteiro
atualizado
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Há 65 anos, no dia 22 de maio, o planeta registrou o maior terremoto da história moderna. Com impressionantes 9,5 graus na escala Richter, o tremor teve o epicentro próximo à cidade de Valdivia, no sul do Chile, e marcou não só a geografia do país, mas também os rumos da ciência e da preparação para desastres naturais ao redor do mundo.
O chamado “Grande Terremoto do Chile” começou por volta das 15h no horário local e durou cerca de 10 minutos — uma eternidade em termos sísmicos. O evento foi seguido por uma série de réplicas e gerou um tsunami com ondas de até 25 metros, que atingiu não só o litoral chileno, mas também lugares distantes como Havaí, Japão e Filipinas.
Um rastro de destruição
Estima-se que entre 1.000 e 2 mil pessoas tenham morrido em decorrência do terremoto e do tsunami. Quase dois milhões de pessoas ficaram desabrigadas e centenas de milhares de casas foram destruídas. A cidade de Valdivia foi praticamente arrasada. Até hoje, relatos de sobreviventes impressionam pela força do fenômeno e pelas cicatrizes deixadas nas famílias e no solo chileno.
O terremoto dispersou uma energia equivalente a 20 mil bombas de Hiroshima e o tsunami com ondas de até 25 metros devastou populações costeiras.
Além das mortes, os danos materiais foram imensos. Calcula-se que o prejuízo total tenha sido de US$ 550 milhões à época, o que equivaleria a vários bilhões de dólares hoje.
O mundo depois do abalo
O terremoto de Valdivia foi um divisor de águas na sismologia moderna. A tragédia conduzida pelo fenômeno permitiu que pesquisadores estudassem em profundidade a dinâmica das placas tectônicas, em especial a subducção da placa de Nazca sob a placa sul-americana, e o mecanismo por trás da violência do tremor.
A tragédia também levou ao fortalecimento de redes internacionais de monitoramento sísmico e à criação de sistemas de alerta para tsunamis, como o que hoje é operado no Pacífico. Governos aram a investir mais em engenharia sísmica, com construções mais resistentes e planos de evacuação para áreas costeiras.
Pode acontecer de novo?
Embora a ciência tenha avançado, o risco permanece. O Chile continua sendo um dos países com maior atividade sísmica do mundo. Por isso, mesmo após seis décadas, o terremoto de 1960 continua a ser estudado como modelo para futuras emergências — um lembrete permanente do poder da natureza e da importância da preparação.
Sessenta e cinco anos depois, o tremor de Valdivia não é somente uma memória dolorosa, mas também uma fonte de lições que ainda salvam vidas.