Ações de Gol e Azul disparam com noticiário sobre recuperação judicial
Por volta das 12h50, os papéis da Gol disparavam 18,8%, cotados a R$ 1,64. No mesmo horário, ações da Azul avançavam 12,7%, a R$ 1,15
atualizado
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As ações de Gol e Azul, duas das três principais companhias aéreas do Brasil, estão sendo negociadas em forte alta na Bolsa de Valores do Brasil (B3), nesta quinta-feira (22/5), em meio a notícias acerca da reestruturação financeira das duas empresas.
O que aconteceu
- Por volta das 12h50, os papéis da Gol disparavam 18,8%, cotados a R$ 1,64.
- No dia anterior, a ação da companhia aérea registrou valorização de 35,3%.
- No mesmo horário, as ações da Azul avançavam 12,7%, a R$ 1,15.
- Durante a semana, a alta acumulada dos papéis da Gol já supera 71%.
- No início da tarde desta quinta-feira, o volume de negociações das ações da Gol estava em R$ 48,8 milhões, entre as maiores altas do mercado.
Recuperação judicial
De acordo com informações da Bloomberg, a Azul está em processo de negociação com potenciais credores para obter um financiamento de cerca de US$ 600 milhões em uma eventual recuperação judicial.
Ainda segundo a agência, a Azul poderia apresentar um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos por meio do “Chapter 11” já na semana que vem.
O Chapter 11 é um mecanismo jurídico nos EUA que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.
No caso da Gol, a empresa anunciou na terça-feira (20/5) que o juiz da recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos aprovou o plano de reestruturação financeira do grupo.
Com a decisão da Justiça norte-americana, a Gol finalmente deve concluir a saída do processo de recuperação judicial, possivelmente no mês de junho.
A audiência definitiva sobre o caso foi realizada pelo Tribunal de Falências dos EUA.
Fusão Gol-Azul
A Gol está negociando uma possível fusão com a Azul. Em janeiro, as companhias anunciaram um acordo para o início das tratativas.
Além da conclusão da recuperação judicial da Gol nos EUA, a fusão precisará ser aprovada pelo Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Estimativas apontam que a empresa resultante da eventual fusão responderia por cerca de 60% do mercado de aviação comercial do Brasil e teria o controle de quase 100 rotas em todo o país, praticamente sem concorrência – o que suscita questionamentos acerca da formação de um duopólio, quando apenas duas empresas possuem quase todo o mercado.
Juntas, as duas companhias contam com mais de 300 aeronaves e tiveram um faturamento de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano ado.
De acordo com o memorando de entendimento entre Azul e Gol, a futura companhia seguirá o modelo de “corporation” – empresa sem controlador definido, tendo o grupo Abra como maior acionista. Ainda não há definição sobre os percentuais de participação de cada empresa no negócio.
A ideia é a de que as marcas Azul e Gol continuem a existir de forma independente, mas as empresas compartilhem aeronaves. A fusão envolverá apenas ativos já disponíveis, sem previsão de novos investimentos.
A aposta das duas empresas é na “complementaridade” de suas malhas aéreas. Enquanto a Gol se concentra em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Azul conta com um leque mais amplo pelo país.