Bebês reborn de luxo: saiba quem paga até R$ 15 mil por uma boneca
À coluna, a dona de uma “maternidade” de bonecas realistas, alvo de ataques, revelou que fabrica bebês reborn para estudos em universidades
atualizado
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Além de ser alvo de ataques na internet nos últimos dias, uma “maternidade” de bebês reborn em Curitiba (PR) também foi vítima de criminosos que invadiram a loja física e levaram 15 bonecas. O motivo de empresas como essa estarem na mira de criminosos se dá pelos altos valores das bonecas realistas. Aline Lima, dona do estabelecimento, afirma que o prejuízo foi calculado em aproximadamente R$ 55 mil.
Segundo a proprietária, os bebês reborns são consumidos, sobretudo, por pessoas de classe média alta e alta. De acordo com ela, boa parte dos clientes compram as bonecas para suas filhas. Contudo, mais que um brinquedo, os itens também são usados em estudos. À coluna, Aline revelou que produz “bebês” para simulações de parto no hospital Albert Einstein e para faculdades localizadas em Curitiba e no Rio de Janeiro.
Colecionadoras também adquirem as bonecas. Para sustentar o hobby, porém, é preciso estar disposto a desembolsar valores altos. Segundo a empresária, por serem feitos à mão, com extrema cautela, as bonecas têm custos consideravelmente altos, que variam entre R$ 1,5 mil e R$ 15 mil.
Mesmo assim, os itens têm caido no gosto dos brasileiros. Nos últimos meses, as bonecas reborn têm protagonizado discussões entre aqueles que iram as bonecas realista e os que consideram o hobby um “absurdo”.
Alvo de ataques
A deslegitimação do hobby por parte de quem não o curte, tem dado abertura para uma onda de ódio às bonecas. A “maternidade” de bebês reborn tem sido alvo de uma onda de ataques promovida nas redes sociais. A loja, especializada em bonecas realistas em material de silicone e vinil, tem sido fotografada e publicada na internet com legendas de discurso de ódio.
Aline Lima relatou à coluna que a loja funciona há cinco anos e, após um vídeo de influenciadoras do nicho viralizar, o estabelecimento ou a ser alvo de ofensas. No vídeo amplamente compartilhado, mulheres faziam um encontro “role play”, onde reproduziam cuidados iguais aos que se tem com bebês reais e simulavam interação entre as bonecas.
“O vídeo viralizou e, rapidamente, o público chegou até mim, que confecciono os bebês reborn para crianças e colecionadores. Depois que as bonecas saem da loja, eu não tenho controle do que as pessoas vão fazer com eles”, disse.
A empresária confessou que jamais se imaginou nesta situação. “Bebês reborn são feitos com muito carinho e capricho , procurando trazer o realismo de um bebê real a uma boneca e despertar sentimentos bons , de aconchego, paz e até trazer a memória os bebês que já amamos e que hoje são adultos. A intenção nunca foi causar sentimentos ruins ou toda essa estranheza.”
Ela explicou que o boletim de ocorrência ainda não foi registrado por estar em outro estado, mas que tomará as medidas necessárias assim que retornar a Curitiba (PR).
Em uma breve pesquisa nas redes sociais, a reportagem encontrou imagens da loja publicadas em uma rede social. Nas publicações, usuários afirmam que o estabelecimento é “bizarro” e proferem ofensas.