À espera de economia menos aquecida, confiança dos empresários recua

Em meio a projeções menos otimistas sobre a economia brasileira, especialmente a partir do segundo semestre deste ano, a confiança dos empresários começou 2025 em baixa.

É o que mostram os dados do Índice de Confiança Empresarial (ICE), divulgados nesta segunda-feira (3/2) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O que aconteceu

• Em janeiro, o indicador recuou 1,8 ponto, chegando a 94,8 pontos.
• De acordo com a FGV, o resultado reflete uma deterioração na percepção dos empresários brasileiros tanto em relação à situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses.

“Enquanto as expectativas empresariais mantêm a trajetória negativa iniciada em novembro, a queda expressiva do Índice da Situação Atual em janeiro sinaliza desaceleração do nível de atividade econômica no mês, após um fim de ano marcado por demanda bastante aquecida”, afirma Aloisio Campelo Jr., pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre).

Expectativas e situação atual

Segundo o levantamento da FGV, o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) registrou queda de 1,3 ponto em janeiro, recuando para 93,2 pontos – o menor nível desde dezembro de 2023.

Já o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) recuou 2,4 pontos, para 96,3 pontos. Foi a primeira queda mensal em três meses, mas a intensidade do recuo foi a maior desde janeiro de 2022.

De acordo com a FGV, o resultado pode “sinalizar perda de fôlego da demanda, que vinha aquecida ao longo do segundo semestre de 2024”.

Índice de Confiança Empresarial (ICE)

O ICE reúne os dados das sondagens da indústria de transformação, serviços, comércio e construção. Esses segmentos respondem por mais de 50% da economia nacional.

Além do ICE, são produzidos os subíndices de Situação Atual Empresarial (ISA-E) e de Expectativas Empresariais (IE-E), que retratam a percepção em relação ao momento atual e o grau de otimismo em relação ao futuro próximo (três a seis meses), respectivamente.