Suspeito em caso de empresário morto em SP confessa crime e se entrega
Em coletiva de imprensa, o advogado de Tadeu Almeida Silva confirmou que o suspeito se entregou e que confessou ter participado do crime
atualizado
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Tadeu Almeida Silva, suspeito de envolvimento no desaparecimento e morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, se entregou à polícia nesta quinta-feira (29/5), em Cravinhos, no interior de São Paulo.
Em entrevista coletiva realizada na saída da delegacia de polícia, o advogado de Tadeu confirmou a confissão do cliente e contou que Tadeu chorou na presença policial. Ele disse, no entanto, que o cliente não foi o autor dos tiros que mataram o empresário.
O suspeito confesso relatou ter dirigido o carro da vítima até a cidade de São Paulo e afirmou que é a pessoa que aparece usando o boné de Nelson nas imagens de câmera de segurança captadas pela polícia. Além disso, ele contou que ajudou a se desfazer do corpo do empresário.
Sobre a relação de Tadeu com Nelson, o defensor explicou que o cliente é tio de Marcela, esposa de Marlon – ambos apontados como os outros dois suspeitos do assassinato. A partir dessa relação parental, Tadeu ou a trabalhar como funcionário de Marlon desde outubro de 2024.
“Ele é funcionário do Marlon, tem salários e isso tudo vai ser comprovado”, afirmou o advogado.
O defensor ainda revelou que as informações adas por Tadeu à polícia estão “batendo” com as apuradas pela investigação. Agora, Tadeu seguirá para a cadeia pública de Cravinhos, onde aguardará as investigações terminarem.
Dinâmica e motivação do crime
Tadeu contou que no último dia 16 de maio Nelson chegou na empresa AppleLife, dirigindo o próprio carro. Ali, aconteceria uma reunião. Nelson e Marlon eram parceiros no ramo de suplementos, sendo uma das marcas a Bariatric Gold.
No encontro, teria havido uma desavença entre os dois, porque Marlon estaria usando indevidamente a marca Bariatric Gold, da qual Nelson era dono, em um site de vendas. “Para tentar solucionar a questão, Nelson exigia o pagamento de uma quantia mensal para que ele não derrubasse a página em que o suplemento era vendido”, afirmou Tadeu.
Ele disse ter ouvido um disparo e visto Marlon atirando na cabeça de Nelson. Segundo Tadeu, o suspeito de ter executado o empresário pediu para que ele pegasse lonas e cordas para amarrar o corpo. Depois, uma mangueira, para lavar o sangue da vítima.
Conforme o depoimento, Marlon ainda teria orientado Tadeu a pegar o carro de Nelson e abandonar na cidade de São Paulo. Segundo Tadeu, eles jogaram o corpo em um rio de Miguelópolis, no interior paulista.
Depois de abandonar o carro, se encontrou com Marlon e Marcela. Os três foram, então, se encontrar com a esposa de Nelson, que estava em uma delegacia.
Na sequência, acompanharam a viúva até em casa. Imagens de câmeras de segurança mostram Tadeu, Marlon e Marcela entrando no prédio em que o empresário morava com a família.
Segundo Tadeu, Marlon estava “normal, não demonstrando qualquer sentimento, inclusive, perguntando para Tatiana sobre o desaparecimento de Nelson, como quem quisesse ajudar de alguma forma”.
Ele disse que chegou a perguntar a Marlon o motivo do crime. Ele teria respondido que Nelson pediu “quantias significativas” para ele, que variava entre R$ 90 mil e R$ 100 mil.
A Justiça decretou a prisão de Marlon Couto Paulo Junior, Tadeu Almeida Silva e Marcela Silva de Almeida.
Empresário desaparecido
- Desaparecido desde 16 de maio, Nelson Francisco Carreira Filho é empresário da indústria farmacêutica.
- Buscas em abrigos e unidades de saúde foram realizadas, mas nenhum registro relacionado a Nelson foi localizado.
- Cartazes de desaparecimento foram emitidos e divulgados.
- Imagens foram inseridas no sistema de reconhecimento facial Smart Sampa.
- O corpo de Nelson, que teria sido jogado em um rio de acordo com depoimento de um dos suspeitos, ainda não foi localizado.