Solução final (por Mirian Guaraciaba)
Holocausto – destruição sistemática, ruína, catástrofe. Perseguição, tortura, extermínio
atualizado
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Desde 7 de outubro de 2023, foram assassinados pelas forças israelenses mais de 50 mil palestinos, desses, 18 mil crianças. É a “Solução Final” de Netanyahu: exterminar mulheres e crianças para que não dêm mais vida a terroristas. O Holocausto Palestino acontece 92 anos depois do Holocausto judeu, extermínio de seis milhões de pessoas pela sanguinária política de Hitler. O maior massacre da história. Antissemitismo e eugenia.
Hoje, o mundo assiste incrédulo, letárgico, aos horrores de Gaza, praticados justamente pelo governo de Israel. Netanyahu se vinga do Hamas matando os palestinos civis com bombas, mísseis … E de fome. Em atitude inominável, mata crianças como meta de guerra, Solução final. Nessa terça, cenas dantescas exibiram milhares de palestinos invadindo um centro de distribuição de alimentos em Rafah, ao sul de Gaza. Os voluntários abandonaram a população faminta e pacotes de comida enviados por organismos internacionais.
No último sábado, as forças de Netanyahu chocaram o mundo, mais uma vez. De novo. Fascínoras, explodiram a casa da médica pediatra Alaa al-Najjar, mataram nove de seus dez filhos e feriram gravemente seu marido, também médico. O único filho sobrevivente não está fora de perigo. Alaa al-Najjar estava de plantão no hospital, cuidando de outras crianças, quando recebeu a noticia devastadora.
Nessa segunda, 26, Israel matou 58 palestinos, muitas crianças entre elas. Estavam alojados numa escola, fugindo da guerra. A escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos tem sido arma potente de Netanyahu. Chefes de governos pelo mundo se dizem indignados, mas pouco ou nada fazem. A União Européia promete reavaliar acordos com Israel. Mas demora tanto a reagir que parece endossar a Solução Final do Primeiro Ministro de Israel.
Em fevereiro deste ano, o Ministro da Defesa de Israel determinou a retirada forçada dos palestinos da Faixa de Gaza. E chamou de hipócritas os governos europeus que não aceitarem os imigrantes expulsos de seu território. Numa postagem no X, Israel Katz nomeia Espanha, Irlanda e Noruega e também o Canadá.
Katz substituiu, em novembro de 2024, Yoav Gallante, considerado menos agressivo e não alinhado a Netanyahu. Mas foi de Gallant, que se aposentou, que partiu a ordem: “Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Estamos lidando com animais humanos e agindo de acordo”. O que esperar de Israel Katz?
Mundo sanguinário, de destruição e mortes. Sobrevivem hoje cerca de 2 milhões de palestinos, em situação de miséria, fome e medo. Estimativa é de agências ligadas às Nações Unidas. A Palestina perdeu 7% de sua população, 70% de mulheres e crianças. Incessantes apelos de cessar fogo, da União Européia e países como o Canadá e o Brasil, tem sido em vão. Apenas apelos.
Não convencem o premiê. O argumento de Netanyahu é acabar com o Hamas. Mas quem não sabe que ao longo da Faixa de Gaza há reservas consideráveis de gás natural e petróleo? Exatamente onde Trump planeja um resort. Se ninguém for capaz de detê-los, o megacomplexo do nefando Presidente dos EUA será erguido sobre corpos e escombros, sob as bênçãos de Netanyahu.
A FALTA QUE FAZ PAPA FRANCISCO – Desde as primeiras bombas de Israel contra os palestinos, Francisco telefonava ao menos duas vezes por dia ao único pároco da Faixa de Gaza. Foram 563 vezes. E não falava apenas com o padre. Convidava os fiéis ao telefone, em vídeo chamada. “Eles me contam o que acontece, o que comem, como estão vivendo. É muito sofrimento”, lastimava Francisco.
Mirian Guaraciaba é jornalista
